Certa vez perguntei a um grupo de amigos se achavam que 10 mandamentos já estavam de bom tamanho ou, se seria melhor termos uns 20 ou até 30 mandamentos pra orientar a vida do povo? A maioria respondeu de pronto: disse que preferiam só 10, ou até menos. Agora, mais do que 10 mandamentos, nem pensar! Eu respondi que isso poderia ser um grave engano, pois, se os mandamentos são verdades de vida pra nós, então, quanto mais, melhor. Não é? Pois se uma verdade já é bom, 10 ou até 20 são melhores ainda. De qualquer maneira, acredito mesmo que o medo dos 10 mandamentos é a quantidade de afirmações negativas que eles trazem consigo: é um "não" pra cá e outro "não" pra lá, e assim segue a vida. Ou, "não" segue. Mas, pense: o que realmente importa é a Espiritualidade dos mandamentos, isso sim. Pois se cada "não" dos mandamentos trouxerem um "sim" para o nosso espírito, sempre sairemos ganhando. Daí, eis a questão: já que nosso espírito é exatamente a nossa própria pessoa e personalidade; então por que um "não" que é dito pra nossa mente e corpo serão um "sim" para o nosso espírito? Afinal, não somos todos um ser único; corpo, alma e espírito, tudo junto? Bem, acontece que nosso corpo vive mais por instintos e nossa alma direciona nossas vontades por esses mesmos instintos, muitas vezes. É por aí que nossa personalidade acaba girando ao redor do que acontece perto de nós, e não necessariamente a partir do que "somos". Eis uma das razões da complexidade e confusão de nossa "pessoa" única e tripla - corpo, alma e espírito. Nessa perspectiva de buscar melhor cuidar da nossa vida a partir da espiritualidade, cada "não" que for dito para nossos instintos poderá se tornar um "sim" em nosso espírito - a pessoa interior e mais sensível de todos nós. Veja comigo: não matar ou não cometer homicídio deveria ser um mandamento definitivo para qualquer pessoa. Ninguém, sozinho ou em grupo deveria escolher a morte de outro ser humano como uma opção viável. Pois a vida humana é o maior valor desse mundo de todos nós. Penso que nossa atual cumplicidade com a morte e o sofrimento humano nos leva a viver mais por instinto, e necessidades; o que nos afasta de nós mesmos, em uma grave insatisfação que entristece a alma humana continuamente. Vejamos um outro "não": se a fofoca já nos inclui numa proposta relacional de sorrisos à custa de ironias ao próximo, bem pior é testemunhar falsamente sobre alguém. Não difamar o outro certamente irá produzir uma sociedade mais solidária e, aí, um espírito mais puro - e tranquilo, dentro de nós. E pureza tem a ver com satisfação, e caráter. O que enobrece qualquer um. E faz todo mundo se sentir melhor. Então, é isso: são os 10 Mandamentos! Eis uma boa quantidade de "nãos" que aquecem o espírito e nos afastam dos instintos. Isso se chama vida. Construída a partir da espiritualidade. Iniciando a partir de um "não!". A espiritualidade dos 10 mandamentos é negativa, sim, mas por isso mesmo, positiva ao espírito. Quê é onde nosso ser pessoal mais sensível se esconde, muitas vezes, oprimido que só, pela força dos instintos do corpo e da alma. Só que "não" mais, certo?
Esse texto tem objetivo didático na disciplina de Símbolos de Fé no Seminário Presbiteriano do Sul extensão Curitiba. Daí a utilização de resumos e citações mais longas no interesse de oferecer aos alunos o conteúdo apropriado para o entendimento necessário aos debates e explanações em aula. CONTEÚDO de Aula: CONTEXTO HISTÓRICO DA ORGANIZAÇÃO DOS SÍMBOLOS DE FÉ DA IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL. TEOLOGIA REFORMADA. "Trata-se da teologia oriunda da Reforma (calvinista) em distinção à luterana. O designativo "reformada" é preferível ao calvinista... considerando o fato de que a teologia reformada não provém estritamente de Calvino." (Maia, p. 11, 2007). OS CREDOS E A REFORMA. "Os credos da Reforma são as confissões de fé e os catecismos produzidos nesse período ou sob sua inspiração teológica. Os séculos 4 e 5 foram para a elaboração dos credos o que os séculos 16 e 17 foram para a feitura das confissões e dos catecismos. A razão parece evidente: na Reforma, as...
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