Nada mais terrível do que perceber o normal "nosso" de cada dia como algo maligno, muitas vezes. E o filme "A Bruxa" é bastante eficaz em apresentar as razões de porque "o mundo jaz no maligno", em boa quantidade de situações. Tal possibilidade se revela passo a passo e em detalhes no meticuloso enredo de "A Bruxa", já que os demônios podem viver tão perto da gente e de tal forma integrados a nós, que praticamente sequer os percebemos. E esse é um olhar cinematográfico incomum. Na maioria das vezes em que se deseja apresentar algo acerca das ações espirituais malignas que acometem o planeta e nossos corações; elas sempre surgem como interferências razoáveis e razoavelmente percebíveis em nosso meio. Inclusive, no bom filme o "Advogado do Diabo", e outros de boa estirpe, como "O Exorcista" e "O Bebê de Rosemary". Mas esse é um padrão que não se repete no filme "A Bruxa". Daí sua força. Pois a tensão e os conflitos relacionais da família-personagem do filme vão se movendo aos nossos olhos e logo notamos a grave influência da cultura em tudo que lhes acomete. Seja a cultura familiar e social, cultura religiosa e espiritual. É assim que bem conseguimos explicar algumas escolhas que movem a família para um lado, e para o outro; e nos salta aos olhos como os encontros e confrontos entre pais e filhos, marido e mulher e de irmãos são recheados de influências e perspectivas culturais oriundos da vida humana de todos nós. Pois a família-personagem de "A Bruxa" é normal demais; são gente como a gente. Nessa perspectiva, o filme desenvolve a visão de que há ações malignas ocorrendo entre nós de modo normal, as quais são geradas em meio à nossa cultura, pois ocorrem em meio a situações muito próximas do que consideramos natural. De tal forma que nossos sentimentos e atitudes mais humanos surgem como bastante influenciados por tentações sobrenaturais. A ação demoníaca na premissa do filme implica que causar certa confusão emocional e mental, sentimental e relacional em todos nós é exatamente o seu objetivo. E os espíritos maus agem de tal forma que já consideramos certas experiências da vida que temos junto deles, como uma existência normal, só humana. Enfim, daí podem surgir importantes análises sobre a Espiritualidade de todos nós, pois a dissimulação maligna pretende travestir as ações de um ser mal e consciente, como se fossem apenas ideias e comportamentos humanos. Mas, não devemos assim nos iludir, pois o filme "A Bruxa" apresenta que o nosso comum natural carrega em si muito do sobrenatural. Em uma realidade que nem sempre se revela benéfica pra nós.
C. S. Lewis escreveu o livro de ficção teológica 'Cartas do Inferno' para apresentar a Batalha Espiritual pelas almas da humanidade no cotidiano comum de todos nós. Como bem esclarece o Apóstolo Paulo na Carta aos Efésios, "nós não lutamos contra inimigos de carne e sangue, mas com governantes e autoridades do mundo invisível, contra grandes poderes neste mundo de trevas e contra espíritos malignos nas esferas celestiais." (cap. 6, 12). Essa realidade da existência transcendente dos seres humanos surge no primeiro anúncio bíblico do Evangelho de Jesus, o Messias, quando Deus fala para a serpente as seguintes palavras: "Farei que haja inimizade entre você e a mulher, e entre a sua descendência e o descendente dela. Ele lhe ferirá a cabeça, e você lhe ferirá o calcanhar." (Gênesis, 3.15). O site da produtora traz a seguinte sinopse ao filme "Oficina do Diabo", que se baseia no livro de Lewis: "O demônio Fausto subiu do inferno para ajudar Nata...
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