terça-feira, 20 de setembro de 2016

a Espiritualidade no CINEMA, o EXORCISTA, de W Friedken

Pra não dizer que não falei das flores, lá vai: a Espiritualidade no cinema; O Exorcista, de William Friedken, 1973. O filme é verdadeiro, todo ele. E pra bem perceber sua realista espiritualidade podemos utilizar outro clássico do suspense espiritual - o Bebê de Rosemary, de Roman Polanski, 1968. Pois o "Bebê" é irreal na abordagem básica espiritual já que sua conjunção carnal mística com propósitos malignos não têm base e fundamentos. Ao contrário, as razoáveis experiências místicas do filme O Exorcista serão possíveis, sim, em boa parte das vezes, se observarmos a experiência social espiritual desenvolvida na trama do filme O Bebê de Rosemary. Isso porque é a comunhão espiritual desregrada e libertária que dá oportunidade a espíritos perdidos de nos visitarem localmente e até dentro de nós. E aí, o resultado será, e pode ser mesmo, experimentar as vivências extraordinárias da possessão de O Exorcista. Pois, ainda que o filme clássico de W Friedken aglutine em apenas duas horas de filme gravíssimas experiências místicas de possessão, unindo em uma só pessoa as dores de diversos endemoninhados, o que importa aos espirituais é perceber a narrativa de construção da experiência mística. E as experiências espirituais que se tornam desgraças físicas no "Exorcista" se constroem a partir das práticas relacionais sociais do "Bebê de Rosemary". Foi Paulo, um dos maiores místicos do primeiro século, quem apontou esta possibilidade quando afirmou que reuniões comunitárias idólatras facilmente se realizam como relações místicas espirituais junto de demônios. Sendo que o resultado só irá aparecer mais tarde, já na possessão, às vezes continuada e quase silenciosa, ou exponencial e gritante como a que domina a pobre garota personagem de "O Exorcista". É por aí...

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